segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Instrumentos músicais africanos


Musicalidade Africana
O Continente africano vive em pauta na mídia e, na maioria das vezes, por seus problemas sociais, econômicos, políticos, conflitos entre grupos separatistas, diversas doenças, entre outros aspectos negativos. No entanto, pouco se destaca sobre a pluralidade cultural que o povo desse continente apresenta, contribuindo com elementos culturais em várias outras nações do mundo, e fortemente ligados ao Brasil.

As principais características dos africanos são a musicalidade e suas danças compostas por diferentes ritmos e instrumentos. A criatividade proporcionou a criação de vários instrumentos musicais, entre eles podemos destacar:

Afoxé – é um instrumento musical de percussão formado por uma cabaça redonda coberta por uma rede de bolinhas ao redor de seu corpo. O som é produzido quando se giram as bolinhas em um sentido, e o cabo no sentido oposto. É um instrumento musical muito utilizado nos rituais de umbanda e pelos grupos de samba e reggae.
Agogô – instrumento musical percussivo composto de duas a quatro campânulas (objeto em forma de sino) de tamanhos diferentes, ligadas entre si pelos vértices. É o instrumento mais antigo do samba.
Berimbau – é um instrumento de corda usado para fazer percussão na capoeira. É um arco feito de uma vara de madeira, de comprimento aproximado de 1,20m a 1,60m, e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Em uma das extremidades do arco é fixada uma cabaça que funciona como caixa de ressonância. Para a realização do som, é necessária a utilização de uma pedra ou moeda, vareta e caxixi.

Berimbau
Caxixi – é um instrumento de percussão que corresponde a um pequeno cesto de palha trançada contento sementes ou arroz para a produção do som. Esse objeto é um complemento do berimbau.

Cuíca – consiste numa espécie de tambor com uma haste de madeira presa no centro da membrana de couro, pelo lado interno. O polegar, o indicador e o dedo médio seguram a haste no interior do instrumento com um pedaço de pano úmido, os ritmos são articulados pelo deslizamento deste tecido ao longo do bambu. A outra mão segura a cuíca e com os dedos exerce uma pressão na pele. Quanto mais forte a haste for segurada e mais pressão for aplicada na pele, mais altos serão os tons obtidos.


Kora – instrumento musical formado por 21 cordas. Tem uma caixa de ressonância feita de cabaça e suas cordas eram originalmente feitas de pele de antílope. O instrumentista usa somente o polegar e o indicador de ambas as mãos para dedilhar as cordas da Kora, sendo que os dedos restantes seguram o instrumento. O som produzido pela kora é semelhante ao da harpa.

Kora
Reco-reco – objeto musical feito de madeira ou bambu com ranhuras transversais que são friccionados por uma vareta. O som é obtido através da raspagem de uma baqueta sobre as ranhuras transversais.

Tambores – são os principais instrumentos musicais africanos. Existem dos mais variados formatos, tamanhos e elementos decorativos. É um objeto musical de percussão, é oco e feito de bambu ou madeira. Além de sua utilização nos eventos festivos, os tambores eram uma forma de comunicação entre comunidades distantes, em razão de sua forte potência sonora.

Ritimos Áfricanos

A música da África é tão vasta e variada como as muitas regiões, nações e grupos étnicos do continente. Embora não haja distintamente música pan-africana, não são comuns formas de expressões musicais, especialmente no interior das regiões.

Geografia etnomusical


mapa geo-político da África dividido para fins de Etnomusicologia



A África é um grande continente e as suas regiões e nações possuem distintas tradições musicais. É relevante, a música do norte da África (região vermelha no mapa) tem uma história diferente da musica da África Sub-saariana
  • Norte de África é a sede da cultura mediterrânica que construiu o Egito e Cartago, antes de ser governado sucessivamente por gregos, romanos e godos e, de tornar-se, em seguida, o ocidente (Magrebe) do mundo árabe. Como os gêneros musicais do Vale do Nilo e do Nordeste africano (região azul-celeste e verde-escuro no mapa), a sua música tem laços estreitos com música do Oriente Médio.
  • África Oriental Madagascar e ilhas do Oceano Índico (regiões verde-claro no mapa) áreas ligeiramente influenciadas pela música árabe e também pela música da Índia, da Indonésia e da Polinésia. No entanto, nas populações indígenas as tradições musicais são principalmente em sua maioria típica da áfrica subsaariana de línguas nigero-congolesas.
  • África do Sul, Central e Ocidental (regiões marrom, azul-escuro, e amarela no mapa) caracterizam-se também na ampla tradição musical subsaariana, mas também possuem influências vindas da Europa Ocidental e América do Norte. A música e as formas de dança da diáspora Africano, incluindo a música afro-americana e muitos gêneros caribenhos como soca, calipso (gêneros afro-caribenhos), zouk (musica antilhana) e gêneros musicais latino-americanos como a salsa, rumba, e outros derivados do clave-ritmo (cubano), se originaram com diversos graus de variação na música dos escravos africanos, que por sua vez influenciou a música popular africana.
A Kizomba é dos estilos de dança mais populares dos países africanos. Cantada em português ou criolo, é um género musical com um flow romântico misturado com vários ritmos africanos. O estilo dançado de kizomba é também conhecido por ser muito sensual. A kizomba nasceu em Angola, com influências de outros países africanos. É hoje dançada em todo o mundo, nomeadamente em Portugal. É conhecida por ser lenta, insistente, linda, apaixonante, um ritmo sensualíssimo, e ficou conhecido como sendo uma fusão com o semba e com outros ritmos. A kizomba angolana é sentida especialmente nas zonas da comunidade africana como em Lisboa, Porto e arredores onde essas comunidades criaram centros, bares e discotecas com o objectivo de divulgar a kizomba ao país. A kizomba é agora bastante popular para os brancos, que aderem aos locais africanos em grande numero.
O Semba é um tipo de música tradicional de Angola. O semba foi criado a partir de uma junção de vários estilos musicais, sendo os três mais importantes o samba (do Brasil), a kizomba (de Angola, que também pode ser comparado com o Zouk) e Kuduro (de Angola). Bonga foi um dos principais artistas que divulgou o semba, tendo mesmo o estilo sido reconhecido como “world music”. A partir do Semba, o artista conseguira abordar um grande número de emoções. São estas características que fizeram do Semba, o primeiro estilo de música africana a ganhar vida e adeptos pelo mundo. A sua versatilidade é evidente em Africa. Nos funerais ou nas grandes festas sociais africanas. O Semba caracteriza-se como uma dança de passadas. Não é ritual nem guerreira, mas sim dança de divertimento principalmente em festas, dançada ao som do Semba.
O Kuduro é um género de música de Angola, influenciado por outros ritmos como a Sungura, Afro Zouk, Semba e Ragga. A batida do seu ritmo é semelhante à do Afro Zouk e do Funaná, mas num tempo intermédio. As letras são normalmente muito básicas, normalmente escritas em português, inglês ou francês, com sotaque angolano bastante marcado, e muitas vezes com algum vocabulário do Quimbundo (ou Kimbundu). Muito provavelmente o nome Ku-Duru vem do Quimbundo. O kuduro surgiu primeiro como dança e com o passar do tempo evoluiu para estilo musical. É uma dança extremamente energética, sentida e marcada. O kuduro é bastante popular em colónias portuguesas em Africa, mas também nas principais noites africanas de Portugal como no Porto, Lisboa e etc. Muitos portugueses afirmam que as líricas das músicas contêm palavras racistas contra os brancos, isso é tudo muito relativo com o facto de muitas músicas estarem cantadas em criolo que são muitas vezes mal interpretadas. Existem muitos cantores e Dj’s que têm feito a sua carreira construindo batidas de kuduro e canções. Entre eles destaca-se Hélder o rei do Kuduro, angolano e natural de Lisboa. O músico angolano Tony Amado popularizou o Kuduro pelo mundo fora, após ter partilhado opiniões com os melhores Dj’s de Ragga dos Estados Unidos da América. É classificada como uma dança recreativa dançada individualmente ou em grupo. Fusão da música batida, com estilos tipicamente africanos, criados e misturados por jovens Angolanos, entusiastas e impulsionadores do estilo musical, adaptando-se a forma de dançar, soltando a anca para os lados em dois tempos subtilmente, caracterizando o movimento do bailonço duplo. Da dança Sul-Africana denominado " Xigumbaza ", que significa confusão, que era dançada pelos escravos mineiros, enquanto trabalhavam mudos, e surdos só as vozes das botas se faziam ouvir como um canto de revolta, adaptando-se ao estilo musical Kuduro nasce, o Esquema ou Dança da Família. Dança da Família por ser dançado geral em grupo exercitando o mesmo passo várias vezes em coreografia coordenada pelos participantes na dança.
O Funaná nasceu na ilha de Santiago, a mais populosa e onde a presença africana é mais marcante, o funaná é uma música dos camponeses nascida do acordeão. Os instrumentos tradicionais foram substituídos pela guitarra, violas baixo e ritmo, teclado, bateria e pela característica e linda voz de Zeca di nha Reinalda, e com a gravação dos primeiros álbuns, nomeadamente "Mundu ka bu kaba, os mais cépticos, na Praia como em todo o país, aceitam definitivamente essa música. Katchass perderia a vida num acidente de viação durante um fim-de-semana em que músicos de todo o arquipélago debatiam o futuro da sua arte na cidade da Praia mas sua herança é enorme quanto mais não seja por ter contribuído para o reconhecimento do funana. A chegada do zouk e a utilização excessiva dos instrumentos eléctricos nos anos 1990 prejudica parcialmente o funana, que acaba por perder a sua autenticidade durante algum tempo. Mas o quadro altera-se com o surgimento de Ferro Gaita que traz um novo fôlego a este género. Os três membros do grupo (o grupo passou para seis membros anos depois) regressam aos instrumentos tradicionais (ferrinho e gaita) e, da revolução de Katchass, apenas conservam a viola baixo. Mais tarde juntariam a percussão e o búzio. O sucesso é imediato e acaba por beneficiar os músicos tradicionais, novamente no centro das atenções. Nesta dança o homem joga sobre o ritmo uma base andante de longos solos compostos por momentos fortes de pausa / exaltação até ao auge ou "djeta", gritos, exibindo a todos a sua virilidade e dotes de grande bailarinos. O Funaná é conotada como dança de transe.
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