A música da África é tão vasta e variada como as muitas regiões, nações e grupos étnicos do continente. Embora não haja distintamente música pan-africana, não são comuns formas de expressões musicais, especialmente no interior das regiões.
Geografia etnomusical
A África é um grande continente e as suas regiões e nações possuem distintas tradições musicais. É relevante, a música do norte da África (região vermelha no mapa) tem uma história diferente da musica da África Sub-saariana
- Norte de África é a sede da cultura mediterrânica que construiu o Egito e Cartago, antes de ser governado sucessivamente por gregos, romanos e godos e, de tornar-se, em seguida, o ocidente (Magrebe) do mundo árabe. Como os gêneros musicais do Vale do Nilo e do Nordeste africano (região azul-celeste e verde-escuro no mapa), a sua música tem laços estreitos com música do Oriente Médio.
- África Oriental Madagascar e ilhas do Oceano Índico (regiões verde-claro no mapa) áreas ligeiramente influenciadas pela música árabe e também pela música da Índia, da Indonésia e da Polinésia. No entanto, nas populações indígenas as tradições musicais são principalmente em sua maioria típica da áfrica subsaariana de línguas nigero-congolesas.
- África do Sul, Central e Ocidental (regiões marrom, azul-escuro, e amarela no mapa) caracterizam-se também na ampla tradição musical subsaariana, mas também possuem influências vindas da Europa Ocidental e América do Norte. A música e as formas de dança da diáspora Africano, incluindo a música afro-americana e muitos gêneros caribenhos como soca, calipso (gêneros afro-caribenhos), zouk (musica antilhana) e gêneros musicais latino-americanos como a salsa, rumba, e outros derivados do clave-ritmo (cubano), se originaram com diversos graus de variação na música dos escravos africanos, que por sua vez influenciou a música popular africana.
O Semba é um tipo de música tradicional de Angola. O semba foi criado a partir de uma junção de vários estilos musicais, sendo os três mais importantes o samba (do Brasil), a kizomba (de Angola, que também pode ser comparado com o Zouk) e Kuduro (de Angola). Bonga foi um dos principais artistas que divulgou o semba, tendo mesmo o estilo sido reconhecido como “world music”. A partir do Semba, o artista conseguira abordar um grande número de emoções. São estas características que fizeram do Semba, o primeiro estilo de música africana a ganhar vida e adeptos pelo mundo. A sua versatilidade é evidente
O Kuduro é um género de música de Angola, influenciado por outros ritmos como a Sungura, Afro Zouk, Semba e Ragga. A batida do seu ritmo é semelhante à do Afro Zouk e do Funaná, mas num tempo intermédio. As letras são normalmente muito básicas, normalmente escritas em português, inglês ou francês, com sotaque angolano bastante marcado, e muitas vezes com algum vocabulário do Quimbundo (ou Kimbundu). Muito provavelmente o nome Ku-Duru vem do Quimbundo. O kuduro surgiu primeiro como dança e com o passar do tempo evoluiu para estilo musical. É uma dança extremamente energética, sentida e marcada. O kuduro é bastante popular em colónias portuguesas em Africa, mas também nas principais noites africanas de Portugal como no Porto, Lisboa e etc. Muitos portugueses afirmam que as líricas das músicas contêm palavras racistas contra os brancos, isso é tudo muito relativo com o facto de muitas músicas estarem cantadas em criolo que são muitas vezes mal interpretadas. Existem muitos cantores e Dj’s que têm feito a sua carreira construindo batidas de kuduro e canções. Entre eles destaca-se Hélder o rei do Kuduro, angolano e natural de Lisboa. O músico angolano Tony Amado popularizou o Kuduro pelo mundo fora, após ter partilhado opiniões com os melhores Dj’s de Ragga dos Estados Unidos da América. É classificada como uma dança recreativa dançada individualmente ou
O Funaná nasceu na ilha de Santiago, a mais populosa e onde a presença africana é mais marcante, o funaná é uma música dos camponeses nascida do acordeão. Os instrumentos tradicionais foram substituídos pela guitarra, violas baixo e ritmo, teclado, bateria e pela característica e linda voz de Zeca di nha Reinalda, e com a gravação dos primeiros álbuns, nomeadamente "Mundu ka bu kaba, os mais cépticos, na Praia como em todo o país, aceitam definitivamente essa música. Katchass perderia a vida num acidente de viação durante um fim-de-semana em que músicos de todo o arquipélago debatiam o futuro da sua arte na cidade da Praia mas sua herança é enorme quanto mais não seja por ter contribuído para o reconhecimento do funana. A chegada do zouk e a utilização excessiva dos instrumentos eléctricos nos anos 1990 prejudica parcialmente o funana, que acaba por perder a sua autenticidade durante algum tempo. Mas o quadro altera-se com o surgimento de Ferro Gaita que traz um novo fôlego a este género. Os três membros do grupo (o grupo passou para seis membros anos depois) regressam aos instrumentos tradicionais (ferrinho e gaita) e, da revolução de Katchass, apenas conservam a viola baixo. Mais tarde juntariam a percussão e o búzio. O sucesso é imediato e acaba por beneficiar os músicos tradicionais, novamente no centro das atenções. Nesta dança o homem joga sobre o ritmo uma base andante de longos solos compostos por momentos fortes de pausa / exaltação até ao auge ou "djeta", gritos, exibindo a todos a sua virilidade e dotes de grande bailarinos. O Funaná é conotada como dança de transe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário